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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A Magia de Dezembro




    Dezembro. Fim de ano. Hora de reunir a família para as tão aguardadas -ou não- festas tradicionais, hora de ouvir as mesmas musiquinhas tocando nos intervalos comerciais da TV, ver os mesmos filmes, que falam do espírito natalino, sendo reprisados. Hora de já ir pensando na lista de compras que inclui quase que obrigatoriamente: panettone, peru, nozes, passas, rabanada, pavê. E o mesmo tio fazendo a mesma piada sem graça. As mesmas pessoas reunidas no mesmo lugar. Opa, as mesmas pessoas não, elas estão bem mais maduras.
   Sempre gostei dos fins de ano, por toda essa coisa repetitiva e clichê. Amo as coisas antigas. Sempre preferi escrever uma carta ao mandar um e-mail. Sempre me encantei com flores e uma canção ao som de um simples violão. Sempre me derreti com atos de romantismo. Sempre preferi passar noites em claro com um grupo de amigos e jogos de tabuleiro, ao invés de conversando pelo facebook ou jogando joguinhos virtuais. Assim sou também com o coração.
    Lembra daquela sinceridade de criança? Daquele coração bobo e inocente? Sem cicatrizes... Lembra daquele sorriso contagiante, que se acendia com coisas simples? Ou do jeito que os olhos brilhavam por quase nada? Daquela foto que todo mundo tem, todo lambuzado, mas com um sorriso de orelha a orelha no rosto? Então, gostaria que o mundo não sufocasse esse nosso lado tão puro... Mas a verdade, é que seríamos esmagados pelas pessoas se continuássemos com a mesma essência da infância. São enganos, trapaças, roubos (materiais ou sentimentais), mentiras, falsidade, maldade, segundas intenções, traições... Não suportaríamos.
   E com o tempo, vamos crescendo, caindo nesses buracos negros da vida, quebrando, mudando. Aquele coração que abraçava qualquer um, agora está todo remendado e com uma fortaleza construída a sua volta. Aqueles sorrisos bobos, agora são mais raros. Os olhos brilhando? Hum, espera sentado, vai demorar. Culpa das pancadas da vida. Culpa das pessoas erradas. Culpa do medo. Culpa disso. Culpa daquilo.
   O jeito é continuar a vida, preservando os detalhes internos que podemos, aproveitando os clichês de cada momento e os rituais repetitivamente felizes de cada fim de ano, relembrando aquela doce época em que o mundo era todo cor-de-rosa, sem manchas.                                                               
                                              Hello, December.



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